O advogado Cristiano Garcia, representante dos interesses de 160 credores da Busscar, envolvendo créditos de R$ 3,5 milhões, rejeita a ideia dos trabalhadores serem sócios da companhia. "Não vale a pena ter ações uma de empresa em estado de recuperação judicial", resume. Garcia apresentou proposta alternativa para equacionar a situação financeira da Busscar. O advogado propõe, entre outras coisas, a venda de ativos, e, com isto, viabilizar a recapitalização da companhia em R$ 80 milhões. Este dinheiro sairia do próprio patrimônio da companhia, e ainda estaria garantido o pagamento integral dos trabalhadores, em até 12 meses, sem desconto, como manda a lei. Assim, não seria necessário recorrer aos bancos para novos aportes de recursos. Os ativos e bens que a Busscar tem no exterior também devem ser relacionados no patrimônio da companhia. Garcia já conversou com o administrador judicial Rainoldo Uessler e com o advogado da Busscar, Euclides Ribeiro sobre o tema, que pode voltar à mesa de negociações com a Deloitte, em São Paulo, na terça ou quinta-feira da próxima semana. "Mas isto depende de uma leitura mais atenta da proposta feita pela empresa e da evolução das negociações neste período".Além disso, um importante credor trabalhista pergunta: a Busscar pode lançar ações (para tornar os ex-trabalhadores e credores seus sócios) se as ações, estão em poder dos bancos credores? De quais ações eles se referem? Se este credor tem a receber R$ 100 mil da empresa, significa que passaria a ser o feliz proprietário de um número de ações que equivalem a R$ 100 mil? Quer dizer: a divida seria convertida em ações na razão de R$ 1 de dívida para R$ 1 de salário?
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